Depois da Revolução Islâmica de 1979, as iranianas foram privadas do acesso aos estádios, oficialmente para “protegê-las dos modos pouco educados” dos homens.
Depois da Revolução Islâmica de 1979, as Iranianas foram privadas do acesso aos estádios, oficialmente para “protegê-las dos modos pouco educados” dos homens.
Retorno das mulheres aos Estádios no Irã em 2019, Apenas três mil e quinhentos ingressos foram disponibilizados as mulheres para assistirem ao jogo válido pela segunda fase do Grupo C das Eliminatórias da Copa do Mundo, no Estádio Azadi, no Teerã, que tem capacidade para 78 mil torcedores.
Apesar da liberação, o número da presença das mulheres foi limitado e elas puderam ocupar, separadamente dos homens, cinco setores do Azadi Stadium. O duelo contou com a presença de 15 mil torcedores no local.
A FIFA pressionava o Irã há anos para que abrisse os estádios às mulheres, mas até 2019, o Irã só autorizou a presença de um número limitado de espectadoras em poucas ocasiões e para jogos específicos.
Torcedora iraniana se incendeia após condenação por entrar em estádio:
Sahar Khodayari era uma Iraniana torcedora de futebol e conhecida como “A Garota Azul” nas redes sociais. O apelido era uma alusão ao time que torcia, o Esteghlal.
Ela ateou fogo no próprio corpo e morreu após ter sido condenada por ter tentado entrar em uma partida do seu time, em março deste ano. A informação foi confirmada pela agência de notícias Shafaghna. Sahar morreu em um hospital de Teerã devido as graves lesões.
Na sentença, a mulher de 30 anos poderia cumprir uma pena de seis meses de reclusão depois de se passar por um homem para entrar no estádio, vestindo uma peruca azul e um casaco longo. Na ocasião, a polícia a deteve e ela ficou três dias na prisão.
Leis do Irã para as mulheres nos esportes.
As leis do Irã proíbem a entrada de mulheres em partidas de futebol, mas permitem que acompanhem jogos de outros esportes, como o vôlei. Estrangeiras são permitidas em estádios, mas existe um limite de ingressos.
Sahar Khodayari se formou em ciências da computação e era símbolo para muitas mulheres iranianas que amam futebol. O ministro da tecnologia da informação e comunicação Mohammad Javad Azari Jahromi disse que a morte foi um “incidente amargo”. A parlamentar Parvaneh Salahshouri twittou “Somos todos responsáveis”.
As mulheres Iranianas foram autorizadas a marcarem presença no estádio de Teerã para apoiarem a sua seleção nacional masculina, após dois anos de ausência. A seleção Iraniana jogará contra a seleção da Coreia do Sul no dia 12 de outubro, em jogo pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.
“A presença das mulheres foi autorizada para a o jogo entre as seleções nacionais de futebol do Irã e da Coreia do Sul”, disse no domingo (3) o Clube de Jovens Jornalistas (YJC), agência ligada à televisão estatal.