Consciência Negra no futebol “Tupiniquim”

O Dia Nacional da Consciência Negra, faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares, e contra ponto a isso o racismo no futebol Brasileiro.

Além das questões que envolvem Zumbi e o Quilombo dos Palmares, o Dia da Consciência Negra é uma data super importante, acerca de questões como o racismo e a desigualdade da sociedade Brasileira.

Pioneirismo dos Negros no Futebol Brasileiro

Francisco Gomes Carregal foi o primeiro negro a jogar futebol de forma profissional no Brasil, pelo time do Bangu. Ele era funcionário na Companhia Progresso Industrial do Brasil, fundada em 1889, e que depois passou a se chamar Fábrica de Tecidos Bangu.

Em 1904, diretores da fábrica resolveram fundar o Bangu Athletic Club para a prática de esportes da colônia britânica. Porém, a exclusividade durou pouco tempo.

Não haviam pessoas para montar um bom time. A solução era contar com brasileiros também, e ai coube a historia fazer a sua parte e tornar Carregal o primeiro jogador de futebol negro do Brasil.

Em maio de 1905, o Bangu recebeu no campo da fábrica, na Rua Ferrer, o segundo quadro (como era chamado à época o time reserva) do Fluminense. Há até uma foto deste dia, com o time do Bangu posado. E quem aparece bem no meio dela, segurando a bola? Ele mesmo. Francisco Carregal.

Negro, camisa impecável, chuteiras lustradas, meiões esticados. Para driblar o racismo disfarçado, adotava o melhor dos estilos para fazer-se presente em meio à maioria britânica.

Consciência Negra

Os cartolas que mandavam naquela época não gostaram nem um pouco de ver um time que abria a porta para operários e negros. E ainda usavam como desculpa a distância – naqueles tempos, ir até a Zona Oeste (que era chamada de área rural) significava uma viagem de mais de uma hora de trem.

Exclusão da equipe Banguense da elite

O Bangu foi excluído e só voltaria à elite em 1912, depois de disputar a segunda divisão. nesse ínterim muitos outros negros já seguiam o caminho de Carregal. No próprio Bangu jogavam seu irmão mais novo, Antônio, e Manuel Maia, goleiro, filho de dois negros.

O clube que lutou contra o racismo

No ano de 1923, uma equipe considerada pequena, que teve o acesso a primeira divisão, conquistou o Campeonato Carioca. Como se isso não bastasse para provocar a ira dos aristocráticos clubes grandes o campeão era formado por trabalhadores de origem humilde, brancos, negros e mulatos, sem dinheiro nem posição social. Este campeão era o Vasco da Gama.

Ao Vasco foi negado o acesso a AMEA, sob a falsa alegação do clube não ter estádio próprio, poré, o real motivo da negativa veio a tona quando foi apresentada uma proposta indecorosa, na qual o Vasco da Gama seria admitido na referida associação desde que eliminasse do time os 12 jogadores negros, pardos, caixeiros e operários.”

Consciência Negra
O Vasco e sua luta contra o racismo / foto: Reprodução internet

Jarbas, a Flecha Negra

O Flamengo considera Jarbas o primeiro jogador negro a vestir a camisa do clube. O ponta-esquerda, conhecido como “Flecha Negra”, chegou ao clube em 1933 – antes outros jogadores negros disputaram amistosos, Roberto, Gradim e Ladislau.

Jarbas foi quem teve mais sucesso no clube. Ao todo, marcou 153 gols em 380 jogos – ele é o sexto maior artilheiro da história do clube. Roberto, por outro lado, disputou a Copa do Mundo de 1938, pelo Brasil, mas como jogador do São Cristóvão.

Todavia, depois de Jarbas, o Flamengo mudou de vez sua política. Ainda na década de 1930, o então presidente rubro-negro, Bastos Padilha, iniciou uma campanha para tornar o time popular.

O time Rubro Negro levou diversos jogadores negros de destaque, como Leônidas da Silva, Domingos da Guia e Fausto.

Foi um dos passos decisivos para que o clube alcançar o apelo popular que tem na atualidade.

reprodução da internet

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