O ano de 1960 não foi muito bom para ambos os clubes, porém o Canto do Rio se deu melhor no Campeonato Carioca.
O time de Niterói ficou em oitavo lugar com 22J- 5V-4E-13D, já o tradicional São Cristóvão amargou o último lugar. Com 22J-2V-5E-15D, o time não foi rebaixado e em 1961 conseguiu uma melhor colocação.
Antes do problema antes da partida, é importante mostrar que esse confronto é histórico e possui suas particularidades.
Ao todo são 48 jogos entre as duas equipes, com 26 vitórias para o São Cri-Cri, 8 empates e 14 vitórias para o Canto do Rio. Podemos perceber que na maioria dos jogos são bem disputados e o empate não é algo que as equipes gostam.
A maior vitória do São Cristóvão aconteceu em 1946, placas de 6×1. Por outro lado, a maior vitória do time de Niterói foi em 1949, placar de 5×1, ambas pelo Campeonato Carioca.
A Confusão
Um dia de sol, mais uma rodada do Carioca. Os times chegaram, vestiário arrumado. Aquecimento realizado com sucesso, times escalados e prontos para entrar em campo. No entanto, Eis que de repente…Pare ai!
O senhor Antonio de Oliveira, pai do jogador Celso, jovem atacante do São Cristóvão, acompanhado de seu advogado e com uma liminar proibindo o jogador de ir a campo. Uma confusão foi instalada no vestiário, o Presidente do São Cri Cri “bolado” foi procurar saber o que houve.
A “fofoca” chegou as arquibancadas e o “fuzuê” estava armado e sabe o motivo da liminar? Sepse nasal! Vamos entender.
Segundo o seu Antônio, ele nasceu com um desvio de septo e precisava ser operado, tinha laudo para comprovar. Entretanto, ele também alegava que o clube não forneceu material para seu filho e tudo que possuía ele comprou do próprio bolso.
O pai dizia também que o garoto não era valorizado, mal era escalado, aparecia constantemente triste e o clube não tinha departamento médico.
O jogador também foi ouvido. Segundo ele, seu pai tomou ódio do clube depois do jogo entre Vasco x São Cristovão de 1959, quando o técnico Newton Anet sacou o garoto, pois o mesmo não estava bem.
O presidente do São Cristóvão, Clóvis Monteiro Filho, já possesso de raiva começou a expor as “verdades”. O pai do Celso era conselheiro do América. No final de 1959, ele chegou a levar o filho a sede dos “diabos” para assinar um contrato, mas na última hora o São Cristovão não liberou o passe.
O passe do jovem pertencia ao São Cri-Cri, e que todos os testes foram feitos, inclusive que o médico do clube disse que o problema não afetaria em nada a prática do jogo.
Quem interveio e desobedeceu a ordem judicial foi o técnico do São Cristovão, conversando com o pai e o acalmando, deixando o garoto jogar.
Ficha Técnica
O jogo aconteceu no primeiro turno e a partida foi disputadas no estádio Caio Martins. O placar foi Canto do Rio 3×1, os times entraram assim:
Juiz: Wilson Lopes de Sousa
Auxiliares: Oto Bastos e Joaquim Barreira
Renda: Cr$ 57.920,00
Público: 807 (cadeiras 4, arquibancadas 794, militares 7)
Gols: Célio 30′, Russo 47′, Fernando 58′, Zequinha 56′
Canto do Rio: Franz, Luciano, Osvaldo e Floriano; Mário e Nézio; Ferreira, Célio, Zequinha, Fernando e Bira. Técnico: Afonsinho
São Cristovão: Pichau, Jaime, Renato e Moacir; Ângelo e Medeiros; Wilson, Celso, Geraldo, Russo e Olivar. Técnico: Nilton Anet