Dia do folclore: A nossa cultura invadindo os gramados pelo país

Dia 22 de agosto, dia do folclore estamos trazendo algumas historias de jogadores folclóricos do nosso futebol brasileiro

De antemão podemos definir folclore como um conjunto de mitos, crenças, histórias populares, lendas, tradições e costumes que são transmitidos de geração em geração e integram a cultura popular. As manifestações folclóricas ajudam a ler a história e caracterizam a cultura de um povo.

Nesse sentido neste dia 22 de agosto, comemoramos no Brasil o dia do folclore, então nós do dia e noite da bola, preparamos uma matéria para relembrar de alguns jogadores “folclóricos “. Provavelmente muitos não serão citados, mas iremos trazer alguns “ contos folclóricos “ de jogadores que fizeram parte do nosso futebol.

Dadá Maravilha

Quando falamos em folclore um dos primeiros nomes a ser lembrado, é do ex jogador e ídolo do Atlético Mineiro, Dadá Maravilha. Ele era a alegria dos torcedores em campo e usava frases muito engraçadas para explicar lances e jogos.

dia do folclore
Dadá Maravilha com a camisa da CBD. / foto: divulgação

Campeão brasileiro pelo Atlético-MG em 1971, ele teve a sua convocação para a Copa do Mundo de 1970 exigida por membros do regime militar.

Dadá Maravilha desde já é a irreverencia em pessoa, além de artilheiro tem um outro fato peculiar que o difere de outros jogadores inativos, ele gosta de frases de efeito, iremos listar algumas das frases, de autoria de Dadá, o folclórico atleta que foi campeão do mundo em 1970 no México pela Seleção Brasileira.

Frases de Dadá Maravilha

‘ Não me venha com a problemática que eu tenho a solucionática ”

” Nunca aprendi a jogar futebol, pois perdi muito tempo fazendo gols ”

” Não existe gol feio, feio é não fazer gol ”

” Futebol é um universo maravilhoso, que faz as pessoas se aproximarem, que faz multiplicar os amigos, que ensina a gente a amar e a respeitar o próximo ”

” Somente três coisas param no ar : o beija-flor, o helicóptero e eu ”

Vampeta – a mistura de vampiro com capeta


Seja como for há algo mais folclórico que um campeão do mundo dar cambalhotas na rampa do Palácio do Planalto? Provavelmente não.

Então ele vez isso, no dia 02 de julho de 2002 quando a delegação estava em Brasília, para receber os comprimentos do então Presidente Fernando Henrique Cardoso. Vampeta deu a famosa cambalhota na rampa do planalto, quebrando todos os protocolos que deveria ter, acima de tudo perante ao líder de uma nação.

‘ O Brasil foi campeão, e a gente voltou de avião. Os atletas na classe executiva, e os familiares, amigos e repórteres na classe econômica. Estava todo mundo dormindo. Eu estava sentado ao lado do Ronaldo e do Luizão, e, na classe econômica, estava rolando o maior samba, todo mundo feliz, cantando. E eu fui para lá, troquei de lugar com a Dona Sônia, mãe do Ronaldo Fenômeno. Voltei para o Brasil jogando baralho, bebendo com o pai do Luizão, com o pai do Roque Júnior… Dentro do avião, eu estava bêbado e bom. Mas, quando a gente chegou ao Brasil, eu estava bêbado e ruim”, relembrou Vampeta, aos risos.

Além de campeão do mundo com a Seleção, é ídolo do Corinthians.

” Apesar do meu nome ser Marcos André Batista Santos, ninguém me chama assim. Nem mesmo a minha própria família lá em Nazaré das Farinhas, na Bahia, onde nasci e fui criado

Quando cheguei no Vitória, logo me botaram esse apelido. Eu não tinha os dentes da frente, então meus amigos Elialdo e Cesinha começaram a me chamar de Vampeta, uma mistura de vampiro com capeta ”

Outro fato curioso e bem folclórico, foi quando ele jogava no Flamengo, e o clube da Gávea passava por grave situação financeira e consequentemente atrasos de salários para os atletas. Foi então que durante uma entrevista ele falou: ” O Flamengo finge que me paga, e eu finjo que jogo ”

A famosa cambalhota do planalto / foto: REUTERS/Jamil Bittar

Outro jogador folclórico e lendário

Contudo, outro jogador campeão do mundo que não poderíamos esquecer é hoje senador da republica. O ” baixinho ” Romário que trouxe juntamente com a seleção brasileira o titulo da copa do mundo de 1994, depois do jejum de 24 anos sem títulos da seleção canarinho.

Jogador irreverente e também folclórico e parecido com Dadá Maravilha, tinha muitas frases de efeito porém, com o seu gênio forte fez alguns desafetos ao longo do período em que atuava. Entre eles Edmundo, com quem brigou na época que jogaram juntos no Vasco da Gama.

Edmundo tratava Romário como o príncipe, considerando que o finado Eurico Miranda nesse sentido seria o ” rei ” , e depois Romário em entrevista disse:

Agora a corte toda está feliz: o rei, o príncipe e o bobo” – disse Romário, após a goleada do Vasco sobre o Olaria, pelo primeiro turno do Campeonato Carioca de 2000, em 21 de março.

A fala foi uma resposta a Edmundo, que havia reclamado no jogo anterior, contra o Bangu, no dia 18, em São Januário. Durante uma disputa para saber se ele ou o animal bateria um pênalti, em um jogo contra o Bangu pelo Campeonato Carioca,

Romário pegou a bola e a colocou embaixo do braço para cobrar. Edmundo se aproximou do companheiro e pediu para bater. Pedido que foi recusado pelo Baixinho, que acabou errando a cobrança, mandando a bola no travessão.

Edmundo e Romário jogaram juntos no Vasco em 2000 | foto: Getty Images Europe

Frases polemicas de Romário

“Era Romário mais dez, isso é coisa que não tem como mudar. Se eu falar que não era eu e mais dez eu seria mentiroso” Em entrevista sobre a conquista da Copa do Mundo de 1994.

“O Pelé calado é um poeta. Como jogador foi o nosso Rei, nosso Deus, mas tinha que colocar um sapato na boca” Falando sobre sua opinião sobre o rei do futebol.

“O Casagrande nunca foi campeão de p… nenhuma. Quem é o Casagrande para falar de mim? Falar um monte de merda na televisão como se conhecesse alguma coisa de futebol. Sabe nada” Após ser criticado pelo ex-jogador de futebol, Walter Casagrande.

“Se fiquei de fora da Copa por causa disso, perdi duas vezes. Não fui à Copa e não comi a aeromoça, que era a maior gostosa” Em resposta ao rumor de que teria sido cortado da Copa do Mundo de 2002 depois de ter ficado com uma aeromoça antes de uma partida pelas eliminatórias contra o Uruguai.

Edmundo e a polemica ” Rebolada ”

Há exatos 16 anos, o Vasco vencia o Botafogo no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca de 1997. Edmundo, sempre irreverente e as vezes folclórico foi protagonista de um lance na lateral do campo. O atacante vascaíno colocou as duas mãos nos joelhos e rebolou em frente ao zagueiro Gonçalves, do Botafogo. Desencadeando ali outro lance que contarei mas a frente, no mínimo folclórico.

Para uns, falta de respeito e profissionalismo, já para outros, exatamente a irreverência que hoje falta no futebol brasileiro. e Edmundo dava sua famosa reboladinha na frente do zagueiro Gonçalves.

” Eu acho que aquilo foi um deboche, mas aquela provocação foi a melhor coisa que podia ter acontecido ” ironiza.

Três dias depois, o Botafogo conquistaria o título ao ganhar por 1 a 0, gol do atacante Dimba, e com direito a reboladinha de Gonçalves na comemoração. ” Aquilo ficou marcado ”

Sobretudo, o gol de Dimba garantiu que a taça fosse para General Severiano e o troco dos alvinegros. No fim do jogo, Gonçalves levou os companheiros até o lado vascaíno do Maracanã para repetir a dança debochada feita por Edmundo diante da torcida rival.

Botafogo campeão e o troco da ” reboladinha ”

O comedor de grama

Antes de mais nada, em 1997, o jogador entrou para a história pelo que fez durante e depois da final do campeonato. Enquanto a bola rolava, foi o autor do gol do título, na vitória por 1 a 0. Na comemoração da conquista, se agachou e comeu um punhado de grama do estádio.

” Foi uma reação espontânea, para mostrar meu carinho à torcida, que sempre me apoiava, pedia para eu entrar quando eu era reserva. Por isso ficou tão marcado, acredito. Até hoje os alvinegros falam comigo. Costumo dizer que comer a grama do Maracanã, só o Dimba fez ”

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Dimba comendo grama do Maracanã / foto: divulgação

Esse era folclórico na essência

João Batista de Sales, mais conhecido como Fio Maravilha, sobretudo é um dos folclóricos jogadores brasileiro que atuava como atacante. No Brasil, Fio Maravilha defendeu o Flamengo, o Avaí, a Desportiva Ferroviária, o Paysandu, o CEUB, o Bangu e o São Cristóvão.

Fio Maravilha pendurou as chuteiras em 1985 após defender equipes pequenas noa Estados Unidos e permaneceu morando na Califórnia, onde começou a trabalhar como entregador de pizzas. Entretanto, Fio perdeu em partes aquela que foi sua maior conquista: ao exigir os seus direitos pela citação feita por Jorge Ben, viu a canção se transformar em “Filho Maravilha”.

Os flamenguistas exaltam o seu próprio a muito tempo, E a fama de Fio Maravilha vai muito ao encontro do que aconteceu anos depois com Obina ou Hernane. Os seus números não impressionam: 79 gols em 289 partidas pelo Flamengo, além de um título carioca e três Taças Guanabara.

O atacante chegou ao time principal em 1963, durante um período de entressafra na Gávea. Após rápidas passagens pelo Fluminense de Feira e pelo Avaí, deixou o clube em 1973, justamente quando acontecia a reafirmação do Flamengo, a partir da ascensão de Zico.

Contudo, Fio nunca deixou de reafirmar o seu orgulho pelo golaço anotado em um amistoso contra o Benfica em janeiro de 1972. Saiu do banco e fez assim, aos 33 minutos do segundo tempo: “Tabelou, driblou dois zagueiros. Deu um toque driblou o goleiro. Só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol”. O gol de sua vida, e o mais bonito da música brasileira.

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Fio Maravilha jogou por 10 anos no Flamengo

O gol que retratou a musica do Fio Maravilha não tem hoje em arquivo, provavelmente foi perdido, porém, o próprio jogador diz que foi exatamente como Jorge ben, canta na sua canção, buscamos nos arquivos a entrevista de Fio Maravilha, e esclareceu o problema da confusão, Jorge ben, ficou muito chateado com o que aconteceu.

Nesse sentido teve da parte do jogador um pedido de desculpas, e segundo o próprio atleta foi um mal entendido, acerca da musica, em sua homenagem, e o mesmo teve a humildade de pedir desculpas ao compositor.

Entrevista de Fio Maravilha

Outros jogadores folclóricos

A princípio poderíamos parar por aqui, contudo, ainda temos algumas lendas folclóricas do nosso futebol, a serem mencionadas e o caso do próximo personagem nada mais e nada a menos que um jogador ou um caçador, ou jogador e caçador, enfim, vamos a apresentação desse folclórico jogador.

Flávio Caça-Rato

O atacante Flávio Caça-Rato foi um dos personagens mais folclóricos do futebol brasileiro no início da década e brilhou pelo Santa Cruz, tendo conquistado dois títulos pernambucanos e o Brasileirão Série C de 2013 quando atingiu o ápice.

Fez o gol do acesso do clube e o gol do título na decisão contra o Sampaio Corrêa, o que lhe deu lugar especial no coração dos torcedores da Cobra Coral.

Porque o apelido Caça Rato?


Antes de mais nada, o apelido veio no começo da adolescência. Na época, tinha como passatempo matar ratos com estilingue. “Eu não tinha nada para fazer e ficava na beira do canal mirando”,

O inicio de Caça Rato

Anos depois Flávio inicio a carreira profissional e fez base no Sport. Se profissionalizou em 2005 e rodou por América-RN, Timbaúba e se destacou na modesta Cabense. Em 2010 fez bom campeonato estadual pelo clube contudo chamou a atenção das principais equipes do Pernambuco, mas viveu um drama.

O atacante levou dois tiros na saída de uma boate ficou um mês hospitalizado

Caça-Rato, apesar disso, voltou a jogar poucas semanas depois e foi contratado pelo Santa Cruz. Foram quatro anos de clube e o ápice da carreira, chamando a atenção de equipes de fora do estado.

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Flavio Caça Rato / foto: divulgação

Nosso último jogador folclórico

Mauro Teixeira Thorpe, mais conhecido como Mauro Shampoo, é um cabeleireiro e ex-futebolista brasileiro que atuava como meio-campista. É conhecido por ser o jogador-símbolo do Íbis Sport Club. Ele vestiu a camisa 10 do clube entre 1982 e 1990 e fez apenas um único gol em catorze anos de carreira.

Entretanto, esse único gol foi na derrota do pior time do mundo o íbis, para o ferroviário por 8×1 no campeonato Pernambucano de 1987. Mas, o gol desse jogador folclórico não teve registro, por falta de gravação ou imagens.

Porém, anos depois foi feita a reprodução desse gol, para homenagear a lenda folclórica que foi Mauro Shampoo.

Mauro Shampoo

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