Edgardo Norberto Andrada, nasceu em Rosário, Argentina, no dia 2 de Janeiro de 1939 e faleceu 4 de setembro de 2019, na mesma cidade.
Um goleiro acima da média, seguro e de personalidade. Ganhador da Bola de Prata de 1971, considerado um dos melhores goleiros do Brasil enquanto esteve em território Tupiniquim.
Apelidado na Argentina de “EL Gato”.
Ficou mundialmente marcado, em virtude de ter tomado o gol mil do Pelé no Maracanã, no dia 19 de Novembro de 1969.
Foi campeão Brasileiro com o Vasco em 1974, assim como Campeão Carioca de 1970.
A trajetória como jogador foi:
- Rosário Central – 1960 a 1969
- Vasco da Gama – 1969 a 1975
- Vitória – BA – 1976
- Colón – 1977 a 1982
A estreia do Andrada aconteceu dia 11 de maio de 1969, domingo, primeiro turno do Campeonato Carioca, Vasco 0 x 3 Flamengo. E o último jogo foi 20 de dezembro de 1975, num amistoso contra o Combinado do FUGAP, no Distrito Federal, vencido pelo time da casa por 2×1.
Vestiu a camisa da seleção Argentina na Copa América de 1963, vencida pela Bolívia, ficando em terceiro na competição.
Depois de ficar um ano no time do Vitória em 1976, voltou para a Argentina e esse fato , mais tarde, transformaria a vida dele em um caos.
Colaborador da ditadura?
A ditadura Argentina aconteceu em um período curto de tempo, entre 1966 e 1983, mas que deixou marcas profundas na sociedade.
A repressão foi tão atuante no projeto de identidade nacional, visto que, precisava se manter no poder. Participou ativamente até na Copa de 1978, em território Argentino, vencido pelo time da casa, e com suspeita grandes de suborno.
Mas isso é história para uma outra hora.
Andrada acabou voltando para a Argentina e encerrou sua carreira em 1982. Mas antes disso, se tornou (ou teria se tornado) um espião do Exército, a serviço da Inteligência 121 de Rosário.
Isso ficou as escondidas até 2008, quando o famoso torturador argentino Eduardo “TUCU” Costanzo, envolveu seu nome dessa confusão.
Em um dos depoimentos dado por ele, acusou Andrada de ser não apenas agente do Governo, mas responsável pelo sequestro e morte de dois militantes comunistas em 14 de março de 1983.
Osvaldo Cambiasso e Eduardo Preyra Rossi desapareceram em uma determinada noite, seus corpos apareceram anos depois em Zarate. Ambos eram ligados ao presidente Juan Domingos Perón.
O Sequestro foi de fato organizado pelo Agustín Feced, delegado e torturador que sequestrou e executou. Entretanto, segundo testemunhas, teve a presença de Andrada e de outros ex jogadores.
As consequências da morte de Andrada
Em 2011, os direitos humanos e o Ministério Público argentino fizeram uma denúncia contra Andrada, acusando de morte e tortura de pessoas.
Esse processo foi encabeçado pelo advogado Juan Murray, que apresentou todas as testemunhas para condenar o ex atleta.
Logo depois da denúncia, foi feito uma busca na casa do goleiro e um arsenal de armas foi encontrado. Porém, Andrada alegou ser coleção.
Assim, ele teve sua vida revirada de cabeça para baixo.
Quando estourou a confusão, era dirigente do Rosário Central e rapidamente o clube o demitiu. Assim, começou a ser tratado como um verdadeiro bandido e ficando isolado dentro da própria casa, devido a revolta de alguns argentinos de Rosário.
O ex-atleta compareceu diante de um juiz e permaneceu em silêncio.
Juan Murray apresentou documentos que provariam a participação do goleiro nos crimes. Após o silêncio de Andrada, o juiz teria dez dias para deliberar sobre a prisão do ex-atleta, pedida pela defesa.
Inesperadamente, apesar de diversas testemunhas, o Juiz do caso arquivou o processo por falta de provas concretas.
-“Me incomoda, sim, porque não é verdade. Mas não importa, tenho que esperar. A vida é assim. Quando você se descuida um pouquinho, o mundo desaba na sua cabeça. Eu sou inocente – disse Andrada.”
Para você, caro leitos, Andrada era mesmo torturador ou foi injustamente acusado?
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