“Fui pra bola pensando ‘esse não dá pra perder. Meu Deus, me ajuda’. Foi um dos momentos mais difíceis da minha carreira. (e quase que o Andrada pega). Ele ainda tocou na bola o desgraçado”.
29 de dezembro de 2022, uma data que o futebol jamais esquecerá. Edson Arantes do Nascimento ou simplesmente Pelé, deixa o plano terrestre e vai para o Phanteon dos deuses do futebol.
Inegavelmente, a morte do mito que virou lenda, mexeu demais com o futebol. Estamos testemunhando diversas homenagens pelo mundo. É provável que o momento mais marcante da vida do Pelé, sem dúvida nenhuma foi o episódio dos gol mil. Marcado justamente contra o time de coração e que o levou para a seleção brasileira.
Quem diria que um combinado entre um time paulista e outro carioca recheado de reservas, pois a equipe principal estava na Europa, apresentaria para todo o país, um garoto magro, mas de habilidade acima do normal.
Vasco e Pelé – Um coração e mil gols
Embora fosse um gênio, Pelé nunca fez o Vasco sofrer. O Gigante da Colina tem o privilégio de ter levado menos de 10 gols do rei, embora tenha sofrido com sua habilidade.
Sem dúvida nenhuma, o Vasco sempre teve um espaço no coração do Rei. Era seu time do coração e sempre declarou isso. Certa vez disse: – “Minha carreira praticamente começou com a camisa do Vasco”.
Mas o Pelé no Brasil, sempre vestiu a camisa do Santos, o que o Vasco tem com isso?
As diretorias dos times paulistas e cariocas decidiram fazer um combinado para disputar um pequeno torneio. O time titular do Vasco estava na Europa, então os que estavam no Rio, se juntaram ao elenco do Santos e formaram uma equipe que realizou quatro jogos.
Aliás, os jornais pós esses jogos já diziam que ali estava nascendo um “craque da seleção”, pois nesse momento, o pequeno Pelé, que era conhecido em São Paulo, começava a ser conhecido nacionalmente. Mas vascaínos, santistas e o próprio Pelé não imaginavam que a página mais bonita do rei, estaria ligado ao time da colina.
O gol mil
Assim como a vida nos ensina que tudo tem hora certa, o gol mil teria que ser no maior palco de futebol da Terra, o Maracanã.
Antes do jogo contra o Vasco, o rei teve duas chances para fazer o gol mil, porém jogando o melhor da bola, o Botafogo PB levou o gol 999, mas não permitiu o gol sagrado. Já o Bahia sofreu com um Pelé inspirado e destruídor, mas os deuses da bola não permitiram a bola entrar, guardaram para o Pantheon da bola.
19 de novembro de 1969, as 23h23.
Minutos antes, o jogador do Vasco comete o pênalti. O batedor oficial do Santos era outro, que gentilmente cedeu a bola para o rei bater.
O estádio gritava o nome do Pelé, inclusive a torcida Vascaína.
Era o duelo Pelé x Andrada. Pelé mantendo a calma, partiu para a bola e bateu no canto esquerdo do goleiro argentino, que ainda tocou na bola, mas nada poderia parar aquele objeto redondo.
Gol do Pelé. Jornalistas e torcedores invadem o campo , levantam o Pelé e tudo vira uma festa.
Um deus, carregado por “mortais”, jamais esqueceu quem construiria o futuro do Brasil, jamais esqueceu suas origens e olhando para a torcida, de frente de diversos microfones, disse :
“Ajudem as crianças desafortunadas, que necessitam do pouco de quem tem muito. Pelo amor de Deus, o povo brasileiro não pode perder mais crianças“.
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